Talvez você seja a pessoa que encontrou o ponto de ouro entre trabalho e prazer. Que sorte! Talvez você tenha feito uma transição de carreira, passado de um ambiente burocrático para um criativo. Ou talvez você sempre soube que seu potencial estava no lado direito do cérebro e se usa dele pra ganhar a vida (engraçado esse termo, como se a gente já não tivesse ganhado a vida quando nasceu rs). E claro, pode ser que você viva o seu trabalho de um lado e do outro lado (o lado B) viva a criatividade, fora do horário comercial.
Mas é louco pensar que quem tem um trabalho “normal” experimenta momentos de mais fruição do que quem se dedica full time à criação e à inovação. Por quê? Porque frequentemente quem está do outro lado usa toda sua energia para criar e vender. Obviamente precisamos pagar os boletos, guardar $ pra viajar, poupar para o futuro… mas quando todo o vigor é canalizado para construir soluções criativas e arte para outros, o ser que cria fica sem estímulo para experimentar a fruição pura e simples, individual e desinteressada.
Mas o que é fruição? De acordo com uma das definições do Michaelis é o ato de desfrutar (de) alguma coisa de forma prazerosa, obtendo alegria e satisfação (física, emocional, estética, intelectual etc.). Maior delícia, quem não quer?
Então o email de hoje é pra te lembrar que, qualquer que seja o seu formato de trabalho hoje, é importante ter um hobby, um passatempo, alguma atividade que não te renda grana e que você faça por puro prazer e curiosidade. Mas no título eu falei que rendia grana! Bem, essa não é uma ideia da taurina devota dos prazeres (é também, pq taurinos gostam de prazeres e de grana) mas sim uma parte do processo criativo. Sem o momento de suspensão da racionalidade e objetividade a criação inovadora, brilhante e gostosinha não vem! De novo:

Sem o momento de suspensão da racionalidade a criação inovadora, brilhante e gostosinha não vem!

Muita gente já estudou e comprovou que a mente precisa desligar uma chave por alguns momentos pra fazer boas associações entre o “problema” e o seu repertório, lá no inconsciente mesmo, onde a gente não tem muito acesso ou ação.
Sabe quando você tá, sei lá, cuidando das plantas e nota como as folhas secas se organizam de um jeito esquisito, ou como as minhocas tecem seu mundo subterrâneo de um jeito surpreendente e pimba, teve a ideia? É o conceito por traz do Relaxa e goza, amor!! no trabalho!
Eu me tornei maquiadora porque amo maquiagem, me faz sentir bem emocionalmente, me mostra uma auto estima diferente e ainda me descortina um universo infinito de expressão individual e artística. MAS eu vivi um momento UÓ em que eu não fazia nada de legal além de trabalhar. E veja, trabalhar com maquiagem é muito massa, eu adoro, mas só trabalhar não enche o tanque do lado direito do cérebro, e a gente vai ficando cinza. Então eu tô sempre caçando alguma coisa pra fazer que me dê curiosidade, estímulo de aprender, relaxamento e prazer; e tento não querer ganhar dinheiro com isso! Quantas vezes pensei em deixar a maquiagem e fazer bolos? E é difícil resistir, as pessoas em volta falam “Por que você não faz pra vender? Eu compraria!”. Resista, é importante assegurar o lugar do hobby! Ele é fundamental pra desopilar, deixar as ideias sedimentarem silenciosamente e ser feliz sem interesse.
Se te ajudar separe um dia na semana pra ir fazer essa atividade delícia, e respeite esse compromisso. A Julia Cameron chama de encontro com o artista, e ela propõe levar esse date muito a sério, só você e seu artista, uma vez por semana. Veja o que funciona melhor na sua rotina e perceba os resultados.