Essa semana eu assisti um episódio  de Marie TV com a Liz Gilbert (Comer Rezar e Amar e A Grande Magia) e hoje quero falar de dois insights que me deixaram mais feliz:

1) Ela fala que a criatividade é importante porque ela está criando quem você é, e não pelas coisas que você está criando. Acho essa ideia muito simples e libertadora. A gente passa muito tempo se preocupando com o resultado das coisas que quer fazer, e frequentemente nem faz nada por receio do resultado. Ou então supervaloriza o resultado quando na verdade ele importa menos do quem você está se tornando em cada round de criação. Talvez se identificar com o seu próprio desejo de criar te traga mais leveza. Tipo: “sou muito artista, quero criar o tempo inteiro!” ao invés de “sou muito artista, tudo que eu faço é foda”. Essa última ninguém nunca diz, mas é o que a gente acha que significa ser artista, não é?
Pra manter a sanidade mental alguns escritores, por exemplo, depois que escrevem um livro dizem que esse “filho” é do mundo, e não deles. Alguns chegam a não ler esses textos nunca mais! Eu acho uma estratégia saudável, porque evita a obsessão por si mesma/o. A obsessão positiva é aquela pela criação, e não pela criatura ou pela criadora/o.

2) O segundo insight da Liz na verdade é uma citação de um outro autor, Clive James, sobre a importância de falhar. “As falhas têm uma função: elas te perguntam se você realmente quer seguir fazendo coisas.” Quando ela mencionou isso eu automaticamente lembrei de uma foto que eu fiz duas vezes. Já falei que tenho sorte de trabalhar com parceiros maravilhosos, e dois desses são a Ellen e o Gil. De tempos em tempos nos juntamos pra criar algo lindo, e eu tava com a ideia fixa de fazer uma pele de vidro, como se tivesse uma camada de verniz transparente e refletivo na pele. Não tem muito material propriamente de maquiagem que pudesse dar o efeito que eu queria (talvez gloss, mas pra cobrir o rosto todo ficaria meio caro). Fui fazendo as pesquisas, cheguei num produto culinário (taurinas e a cozinha, vai vendo!) e a primeira tentativa foi um fracasso. HAHAHA. Os olhos da Ellen ardiam, a cor não estava boa, não refletia como eu queria, enfim, nada funcionou bem. Mas eu realmente queria fazer essa pele naquela cara linda! Fiz mais pesquisas, marcamos mais uma diária e a foto saiu:

Eu amo essa foto e ela entrou no meu portfólio impresso <3
Os bastidores ninguém precisa saber (foi um trampo hahaha), mas eu fiquei feliz por ter insistido, mesmo com a falha. Na verdade, se a vontade de criar tá realmente ali, a falha dá mais vontade de fazer de novo!! Segundo a Liz a inspiração te move pra fazer uma coisa, aí você falha e ela diz: isso foi até bem incrível, vamos fazer de novo?
🙂

Então é isso: abraça todo processo, porque é ele que te faz mais rica/o e mais incrível como pessoa, como artista. Falando nisso, na semana que vem vou falar sobre dinheiro. YES, esse delicioso e espinhoso assunto! Até lá!!

Deixo aqui um obrigada para a Sara Moreno por indicar a Marie, e para o Erick Vasconcelos por indicar o livro da Liz <3