Tem aquele dia que dá um ódio no coração porque a inspiração não vem. Quem sim?
Come, bebe água, fuma um cigarro. Senta e escreve. Desenha, liga pra um amigo. Senta e produz. Estou fazendo isso exatamente nessa ordem, cá estamos, tentando.
E tem dias que você tenta e tenta e não sai nada. Mas uma hora, talvez dois dias depois, vem. O Thomas Edison diz que a genialidade é 1% inspiração e 99% transpiração. Uma hora vem, mesmo ue sejam precisas várias gotas de suor e lágrimas rs.

Uma vez eu fiz um curso de empreendedorismo e o facilitador ME CHAMOU DE SAFADA. Do nada, oi??? Eu tinha entregado uma tarefa e ele me mandou essa. Imagina a minha cara e a minha reação?

Eu fuzilei esse cara com todas as armas que acumulei em anos, e ele bem tranquilo me falou que me dizia isso porque eu me safava das situações, no sentido de que eu me libertava ou evitava algo desconfortável de um jeito meio rápido. Isso ficou martelando na minha cabeça por muito tempo. Entendi a crítica e passei a levar isso a sério.

Apesar de (estar trabalhando na terapia para) me achar uma grande gostosa, essa safadeza profissional eu não queria viver.

QUER DIZER, sempre tem aquele job que vc sabe que não entregou 100%, que procrastinou, todo mundo é humano aqui, né? Mas o que esse choque me faz sempre pensar é se eu tô sendo safada pra fazer algo que eu quero. E aí entramos naquela onda dos 3 pilares pra liderar (nem que seja pra liderar esse monte de ideias fervilhando na sua cabeça brilhante): intenção, vulnerabilidade e presença.

Uma coisa é fato: se a gente tem intenção a coisa da presença fica mais fácil. Intenção pode ter a ver com aquela outra palavrinha batida, o propósito. Eu sou meio irritada com as palavras que entram na moda, fico buscando formas de me desviar delas, mas você sabe do que eu tô falando: aquele ímpeto que te faz levantar da cama pra fazer o que você quer fazer, porque acredita que isso precisa ser feito, de preferência por você. Mas intenção pode também ser um objetivo menor, mais focado, um compromisso de menor escala. E se a gente não tem intenção de, por exemplo, fazer uma bela pele natural e realista que dure uma diária inteira de fotos, a empreitada vai por um caminho que a gente não imagina, perdem-se as rédeas. E é uma coisa retroalimentar: se não tem intenção não tem presença, se não tem presença a gente não percebe que tudo está correndo à revelia. E bem, se não tem intenção e nem presença a vulnerabilidade passa longe. Não tem por que a gente estar aberto e transparente se não tem motivo nem atenção pra estar ali. É safadeza profissional.

E bem, viver desse jeito presente, intencional e vulnerável é o perfeito mar de rosas: beleza e espinhos. Especialmente a vulnerabilidade, que te coloca nesse lugar de se sentir com a pele fina, quase como uma membrana, que pode ser ferir fácil, mas também pode permear coisas incríveis. Mas eu quero viver sempre assim, perto de pessoas que topem encarar isso também. Aliás, se você é dessas/desses, me escreve e vamos criar algo lindo juntes: uma campanha, um filme, uma planta <3 É mesmo mágico quando você sente as interações de verdade, mesmo que esquisitas, trabalhando pra um desejo comum e com resultados que superam todo mundo ali. Poham, é um privilégio!

Resumindo, bota isso na sua busca diária, seja no trabalho, seja nas relações pessoais:

Intenção: É sobre saber exatamente por que você está fazendo algo. Se você sabe por que escolheu cada material que vai levar pra um trabalho, deve colocar o mesmo nível de intenção em todo o trabalho que se propôs fazer ali.
Vulnerabilidade: É a coragem de ser visto quando você não tem controle sobre o resultado. Isso acontece quando você assume mais de um papel, ou precisa mostrar muitos conhecimentos que moram dentro de você, mas que talvez nunca tenha colocado tudo junto pra resolver uma equação que você também nunca tinha visto.
Presença: é a mais fundamental dos 3. Inclui fazer só uma coisa de cada vez, mas vai bem além de foco. Ser presente como líder significa deixar sua personalidade 100% disponível para as pessoas com quem você está trabalhando. Requer trazer as suas várias versões do passado e do futuro para morar no aqui e no agora onde o desconforto, e também a oportunidade, imperam.*

*tradução livre e adaptada desse artigo sobre o método MESA https://fortelabs.co/blog/mesa-part-2-the-10-principles-of-work-sprints/)